Persistência e coragem são palavras pequenas diante da grandeza de duas mulheres incríveis: Lucia Labres e Suzana Garcia. Em uma conversa emocionante com a reportagem do Jornal “O Popular”, há cerca de dois anos, elas abriram seus corações para contar histórias de maternidade que ultrapassam o amor e a superação. Através delas, homenageamos todas as mães neste Dia das Mães (11 de maio).
Lucia enfrentou tempestades desde cedo. Órfã aos 11 anos, precisou amadurecer às pressas, vivendo com as irmãs e depois trabalhando como babá na casa do apresentador de TV Augusto Canário, que acolhera uma criança abandonada. Desde então, ela sentia dentro de si um chamado inegável: ser mãe.
Aos 16 anos, casou-se e viveu uma dura sequência de perdas: seis gestações interrompidas. Aos 18, conseguiu gerar Maria Helena, mas a filha prematura viveu apenas dez meses. Ainda assim, Lucia não se entregou à tristeza.
Tentou adotar, mas faltavam recursos. Até que um dia, o destino sorriu: uma mulher, sem condições de criar seu bebê recém-nascido, confiou a criança a ela. Assim, nasceu o vínculo com Leonardo, hoje adulto.
O capítulo mais surpreendente de sua história veio anos depois. Quando Leonardo tinha 15 anos, Lucia engravidou novamente. André nasceu prematuro de 8 meses, após uma gestação de alto risco. Aos três anos, veio o diagnóstico de autismo. Lucia deixou a profissão e os cursos que havia feito para dedicar-se integralmente ao filho.
“Meu filho não fala, não se alimenta direito, mas é amor puro. Não consigo me imaginar sem eles”, emociona-se.
Hoje, divorciada e ainda enfrentando muitas dificuldades, Lucia se reconhece como uma guerreira. “Se puder inspirar outras mulheres, já terei cumprido mais uma missão”, afirma.
Onde cabe um coração, cabem sete!
Suzana Garcia é mãe de sete filhos — dois deles com autismo, um em grau severo e outro moderado. Sua vida é um hino de fé, resistência e amor.
Há anos vivendo em Araucária, Suzana e o marido enfrentam enormes dificuldades financeiras. Ainda assim, ela se mantém firme. Cada renúncia, cada esforço, é regado pelo amor incondicional que sente pelos filhos.
“Se for preciso comer só arroz e feijão, comemos todos juntos e felizes, porque o amor é a nossa maior riqueza”, diz Suzana. Ela aprendeu que a verdadeira abundância não está nas posses, mas na união e no afeto.
Com fé inabalável e coragem renovada a cada amanhecer, ela não abre mão da missão que abraçou. “Coloquei meus filhos no mundo e deles eu cuido, custe o que custar. Ser mãe é algo indescritível — é viver com o coração batendo fora do peito.”